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14.12.06

Solidão azul


Hoje pintei meu quarto de azul. Levei o dia inteiro. Azul em todas as paredes lisas e um degradé de azul e braco na parede de textura. Terminei o dia coberto de azul dos pés à cabeça e na alma. Não sei por que, mas sempre acheo o azul a cor da solidão. Não é à toa que o modelo do meu blog é azul. Uns dizem que é a cor do relaxamento, eu digo que é da solidão. Azul é a vastidão dos mares e dos céus. Vastidão é solidão em última instância. Solidão é Le Grand Bleu de Besson, é rivalidade e desencontro de almas que se amam: quem mergulhará mais longe e mais profundo? E por falar em amor e solidão, lembro-me de Rainer Maria Rilke que diz:
"Amor: duas solidões protegendo-se uma à outra."

Mas a solidão pode ser também produtiva. Ou justamente o contrário. Victor Hugo já dizia:
"A solidão faz homens de talento ou idiotas."

Voltando porém à cor da solidão, declaro-me a partir de hoje um ser azul. Um smurf...
- I'm blue, baby!!!!

Azul da cor do mar...
"E na vida a gente tem que entender
Que um nasce pra sofrer
Enquanto o outro ri"


Nada mais azul que a ausência de significado, o desamparo, o aniquilamento, o desespero. Tudo azul da cor do céu que nos desabriga, da cor do mar que nos afoga. Lindo na poesia e nos jeans. Perfeito nas receitas dos remédios suicidas.
(silvana guimarães)
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