Aqui estão três pessoas lindas que eu só conhecia virtualmente e que tive o prazer de conhecer pessoalmente em Floripa: meu irmãozão Sílvio, sua esposa Sílvia e a nossa querida e linda Isabel (a Bel). Foi algo inenarrável ter encontrado essas três almas. Conversando com a Bel no MSN, após a minha volta, ela me falou da questão do toque; da necessidade que ela tem de tocar as pessoas, de lhes sentir o calor da pele, e de como ela pegava no meu braço enquanto caminhávamos lá em Floripa. Então, e só então talvez, comecei a me dar conta do quanto não nos permitimos o toque. O quanto temos medo do toque, da reação do outro ao nosso toque, do que ele poderá achar. E assim, nos fechamos em nossas vidinhas cheias de “não-me-toque”. A Bel ficou preocupada com o que eu poderia achar de seus apertos em meu braço enquanto caminhávamos. Eu achei ótimo. Também abracei e toquei muito meu irmãozão Sílvio, acariciei-lhe a barriga e a careca... Hehehehehehe... Foi bom. Foi muito bom.
Essa viagem, mais do que simples turismo, foi a ocasião para eu me repensar sob muitos aspectos. Foram 10 dias afastado do virtual. O que me fez rever certos posicionamentos, apagar alguns medos e soltar algumas amarras. O tempo necessário para o meu tão almejado “exílio do imaginário”. Percebi-me. Pus-me a nu. Literalmente. Fui, pela primeira vez, a uma praia de nudismo. E não só como observador. Tirei a roupa em público. E gostei. Adorei. Sentir-me nu, em contato com o vento, com a água do mar. E saber que ninguém estava nem aí para o meu corpo magro, encurvado e fora de forma. A Praia da Galheta vai ficar para sempre na minha memória como o momento mágico em que rompi meus limites. Foi bom. Foi muito bom.
Voltei um pouco diferente de quando parti. Mais seguro de mim mesmo. Mais confiante. Mais eu. Disposto a novas descobertas. A novas possibilidades. Encontrei amigos novos lá, amigos que só existiam no virtual. Reencontrei amigos antigos cá, ainda no virtual. E percebi, assim, que o virtual e o real são, por vezes, as duas faces de uma mesma moeda. Basta querermos. Foi bom. Foi muito bom.
De repente me veio à mente uma música da Vanusa, meio brega talvez, muito antiga, mas que traduz bem essa minha nova disposição para as coisas.
Mudanças
( Vanusa e Sérgio Sá)
Hoje eu vou mudar
Vasculhar minhas gavetas
Jogar fora sentimentos e
Ressentimentos tolos
Fazer limpeza no armário
Retirar traças e teias
E angustias da minha mente
Parar de sofrer
Por coisas tão pequeninas
(...)
Hoje eu vou mudar
Por na balança a coragem
Me entregar no que acredito
Pra ser o que sou sem medo
Dançar e cantar por hábito
E não ter cantos escuros
Pra guardar os meus segredos
Parar de dizer
"Não tenho tempo pra vida"
Que grita dentro de mim...
Me libertar
Hoje eu vou mudar
Sair de dentro de mim
Não usar somente o coração
Parar de contar os fracassos
Soltar os laços
E prender as amarras da razão
Voar livre
Com todos os meus defeitos
Pra que eu possa libertar os meus direitos
E não cobrar dessa vida
Nem rumos e nem decisões
Hoje eu preciso e vou mudar
Dividir no tempo e
Somar no vento
Todas as coisas que um dia sonhei conquistar
...
E foi bom. Foi muito bom...