Venha, meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Venha, o amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça:
Venha, que o que vem é perfeição...
(Perfeição, Renato Russo - 1960/1996)
Me dá um nó na garganta e meus olhos enchem d'água cada vez que ouço essa música. Aliás, cada vez que ouço quase todas as músicas que o Renato gravou. Mas essa em especial. Todo e qualquer equilíbrio parece ficar mesmo distante sem a voz dele. Renato e seus strani amori... Renato e sua solitudine... Ave, Renato! Farei do "equilíbrio distante" a minha "perfeição"...
O MARINHEIRO
Os medos do mundo são tantos.
Esperar. Retornar. Descansar.
As horas passando...
a água passando...
as gentes passando...
Escorrego entre os corpos...
Conheço essas pessoas...
Não vejo suas caras
nomes
famílias.
Não vejo as bocas. Emudeceram.
Digo que do outro lado
a vida nos espera.
Estejamos vivos para ela!
Fugir daqui. Fugir pro mar.
Ganhar o mundo.
Navios em cruzeiro
um pássaro cantando
um jogo de futebol
um discurso empolgado
um par de coxas
uma garrafa de vinho
pão e aurora surgindo
um ar de sedução e gozo
no pasto verde
na grama verde.
Nada temos senão esse lugar comum!...
A vida berra louca
pelos quatro cantos
e nos pede um beijo
(um beijo uma carícia
um golpe de amor
ainda é o maior consolo do homem).
(Edmilson BORRET)