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9.8.08

Se a preguiça é um dos 7 pecados, eu quero mais é queimar no inferno... Ave, Macunaíma!




Essa coisa do mundo lá fora anda me dando uma preguiça danada... Ou talvez seja eu que, no fundo, nunca tive muito talento para as coisas do mundo lá fora. Ou, decididamente, i’m not the man i used to be...

Até mesmo escrever aqui neste blog é algo para o qual tenho tido cada vez menos saco... As postagens têm se tornado cada vez mais raras, como raros têm se tornado meus cabelos, minhas ereções e minhas idas a um puteiro... Muito chato esse negócio de escrever bonitinho, avisar aos amigos (“Postei lá, você viu?”), aguardar um ou outro comentário inteligente ou delicado e gentil por pura educação... Enquanto isso, tem uma galera por aí fazendo dinheiro a rodo (Bruninha Surfistinha, cadê você, minha linda?) e eu aqui querendo salvar a humanidade com belas palavras que toquem ao coração e à alma dos ímpios. O Marco Aurélio Góis dos Santos, em seu Jesus, me chicoteia!, é que parece ter razão. Segundo ele, uma das várias divisões possíveis da população mundial seria a que se observa entre os que têm dinheiro e os que sabem escrever. “São dois grupos bem distintos, e desconheço qualquer intersecção entre eles (“E o Paulo Coelho?”, alguém dirá, o que só serve para reforçar minha tese). Vez por outra o primeiro grupo precisa dos serviços do segundo. Para isso, mostram-se dispostos a abrir mão de uma ínfima parcela de seu rico dinheirinho em troca de meia dúzia de frases mais ou menos bem alinhadas.”

Tá... Mas vamos parar de blá-blá-blá e vamos ao que interessa (se é que algo ainda interessa nessa merda toda aqui). Até porque já estou com a bunda achatada de ficar tanto tempo aqui nesta cadeira e, para um fumante-velho-sedentário-moleirão como eu, muito tempo sentado é risco de hemorróidas na certa (e até o fim da vida, não quero mais ter que encarar o dedo médio, que de médio não tem nada, daquele meu proctologista safado, tarado, de riso sádico). Como não tenho nada mais picante ou contundente sobre que falar, falarei da minha semana, essa aí que acabou. Semaninha boa de retorno às aulas, os anjinhos voltam todos de baterias recarregadas. Aposto como dedicaram boa parte desse recesso escolar imaginando maneiras novas de infernizar a vida dos babacas dos professores e funcionários do colégio... E eles se esmeram cada vez mais; é impressionante a criatividade que esses “mulekes” têm: Bin Laden e os integrantes das FARCs ficariam de queixo caído... Mas eles são uns amores. Eu os adoro. Como, entretanto, nenhuma bomba foi deflagrada na unidade escolar, nenhuma cadeira ou carteira voou em sala de aula, nenhum “peido alemão” foi jogado sorrateiramente no pátio durante o recreio, nenhuma mãe de aluno enfurecida veio arrumar barraco na Secretaria; então não tenho muita coisa a falar aqui sobre esta minha semaninha no colégio... Ah sim, a não ser que alguns de nós, professores e funcionários, passamos uma semana mais felizes que pinto no lixo, por conta de uma grana extra que o pilantra do César Maia resolveu finalmente nos pagar após quase um ano de promessas... Sabem como é, né? Proximidade das eleições, o caras também se esmeram... Mas os alunos continuam sendo mais adoráveis...

E, por falar em eleições, meu grande amigo Altair ficou puto dentro das calças essa semana porque o Supremo decidiu que o candidato processado por suspeita de irregularidade, mesmo ainda sem culpa provada, não ficará impedido de concorrer no certame eleitoral. Mas o cidadão comum não pode fazer concurso quando tem processo na justiça, mesmo que a sentença não tenha sido ainda transitada em julgado. Realaxa, Alta, isso são coisas do nosso impávido colosso deitado em berço esplêndido!

Teve também a abertura dos jogos olímpicos lá na China, né? Porra! Aqueles amarelos comedores de broto de bambu deram show! Chorei baldes com o espetáculo. Comenta-se por aí que tenha sido talvez a melhor abertura de olimpíadas de todos os tempos. Também pudera, né? Se os carinhas lá errassem um milímetro que fosse na coreografia ensaiada, seria porrada na certa. Povo incentivado é outro papo... Aliás, muito estranho o povo chinês... Não sei por que, mas não me convence muito aquele risinho feliz e cordial deles...

Essa semana também, em uma conversa com meu grande amigo Wendell pelo MSN, ele me fez uma pergunta altamente desconcertante: queria saber se eu acreditava em paixão. Não a paixão por um time, por uma causa ou por uma atividade; mas aquela paixão das novelas e filmes açucarados que dizem existir entre homem e mulher. E aqui devo explicar por que a pergunta me foi desconcertante (e olha que ele me fez uma outra pergunta, que não revelarei aqui, que para a maioria das pessoas poderia ser considerada bem mais desconcertante). Desconcertou-me a pergunta nem tanto pela pergunta em si, mas mais pelo momento que estou vivendo. A questão é que cheguei aos 41 faz pouco mais de 2 semanas... Ok, ok.. 4.1 turbinado e total-flex, mas ainda assim 4.1... E isso assusta. A vidinha da gente parece incansável e maravilhosa aos 20 ou 30 anos. Ok, admito: até é mesmo. O foda é que 10 ou 20 anos depois já não parece tão maravilhosa assim, muito menos incansável. Há uns 10 ou 20 anos antes, eu juro que achava que estava na melhor fase da minha vida. Podia saltar montes, virar cambalhota, plantar bananeira, chupar meu próprio pau, dizer “foda-se” para tudo e para todos, notar coisas diferentes em mim, em minha aparência e em meu pensamento. Aos quarenta, todo homem se defronta com a fatalidade da sua decadência. Ele sabe o que ele vê: estou velho! E veja que não estou falando: "estou ficando velho", mas "estou velho". E isso é um fato e pronto. A patuléia do senso comum insiste em dizer que com a "maturação" (para mim, “decadência”) o homem se torna mais sedutor e mais exigente. Ah, vai cagar no mato! Sedutor como? Se os cabelos rarefazem ou embranquecem, se os dentes amarelam, se a barriga cresce, se a pele enruga nos cantos, se o pinto começa a ter crises existenciais, se a simples menção de se pintar ou fazer um aplique nas madeixas começa a parecer algo tão risível. Sedutor é o caralho! Decididamente, isso é uma concepção Global de homem-adulto. O homem, a partir dos 40, é um espectador mal disfarçado da vida. Está treinando para seu papel futuro: segurar as bolsas das moças, olhar as meninas pulando, olhar casais trepando no apê em frente pela desconfortável fresta estreita do basculante, se amontoar na “night” junto com os outros bêbados adultos e sentir-se um vira-lata diante do frango de padaria (gosto muito dessa comparação... foda-se se não é inédita pra você)... enfim, fazer tudo o que já fazia quando moço mas que podia dechavar comendo uma ou outra namoradinha esporádica num puta semi-árido de punheta e suplício sexual. Mas tudo bem: como já deixei claro numa postagem anterior aqui mesmo neste blog, a velhice tem lá seus encantos.

O que acontece, entretanto, para nós homens, é que a natureza dá ao macho a falsa ilusão de ter aproveitado sexualmente bem sua juventude para, logo depois, ter o prazer de puxar-lhe o tapete e revelar o inverso para seu pobre brio alquebrado: eis o crepúsculo do macho (diferente daquele de que fala o Gabeira). Já as mulheres são outro papo: elas sempre aproveitaram mais! Mesmo as feias e barangas tiveram uma vida sexual mais honrada (“honrada” no sentido de proveitosa) e o pobre macho seguiu esses anos todos se achando o rei da cocada preta. Elas já chuparam, deram o cu, gozaram algumas vezes e outras não (claro!), transaram na água, na praia, no elevador, no chão do escritório, em sanitário público, com outras mulheres, com borboletas vibratórias, com vibradores, com pillots, bonecas, com uma ou mais amigas, com dois ou mais homens, com equipamentos variados, sozinhas (já falei isso), na igreja, na danceteria animada, na zona, enfim em qualquer cafofo digno ou indigno do planeta. E depois ainda se fala em inveja do pênis!!!! A inveja do pênis é uma falácia de psicanalistas homens... O que existe, no duro (sem trocadilhos), é a inveja da buceta. Mas esse sentimento homem nenhum confessa. E o homem que ler isso aqui vai se emputecer comigo (aposto meu fiofó), mas se tiver coragem vai ver que é a mais pura verdade... Elas vivem suas vidas. Aparentemente desvinculadas do sexo. Aparentemente!! E transam o quanto podem na hora que bem quiserem. E nós, pobres machos, somos só afortunados se estamos na hora certa, no lugar certo e com a disposição necessária pra meter na gorduchinha (ou na magricela, se for o caso).

Bem, muita gente mais letrada que eu (e pseudo-letrada também), gente de discurso psicanalítico, gente analisada, de papo-cabeça, diz tudo isso aí que eu disse; mas não do modo como eu disse... É que sou meio “gauche” mesmo, entende?...

É por isso, Wendell, que sua pergunta me foi desconcertante. É como eu disse lá em cima: essa coisa do mundo lá fora anda me dando uma preguiça danada... E aos 4.1, ando realmente meio sem saco para pensar nessas coisas...

Bom, mas, depois de amanhã, começa uma nova semana... Quem sabe, meu amigo, quem sabe?


Ok. Postagem feita, blog atualizado, posso voltar a navegar pelos sites de putaria.
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