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10.11.06

Tensão no RJ: revolta e desiquilíbrio emocional levados ao extremismo passional


A polícia negocia desde o início da manhã desta sexta-feira a libertação de passageiros de um ônibus mantidos reféns por um homem armado, cuja ex-mulher está na mira da arma, na rodovia Presidente Dutra.
Parentes do homem, a mãe e irmã, além de um pastor evangélico foram ao local para tentar ajudar a resolver o impasse.
O seqüestrador, segundo alguns passageiros já libertados, estaria revoltado por ter sido traído pela ex-mulher e ameaça matá-la e depois se suicidar. Os passageiros contaram que a mulher foi agredida algumas vezes pelo seqüestrador.
No momento em que o homem anunciou o seqüestro, pouco depois das 8h, o ônibus estava lotado, mas os reféns foram liberados no transcorrer das negociações.
O incidente lembra outro seqüestro em um ônibus no Rio de Janeiro. Em junho de 2000, Sandro do Nascimento - um sobrevivente da chacina da Candelária, de 1993 - seqüestrou o ônibus 174.
O seqüestro, que durou 4 horas, culminou com a morte de uma das reféns, Geisa Gonçalves, com quem Nascimento, ao resolver se entregar, havia descido do ônibus. Um policial, tentando salvar a refém, atirou na direção do seqüestrador, mas errou o tiro e Nascimento, conforme havia ameaçado, atirou contra a passageira.
O seqüstrador acabou sendo morto por asfixia, na viatura policial, depois de ser rendido.


Espero que nossos mui bem preparados policiais tenham mais tato nesse episódio.

Aznavour: o pequeno grande homem


Situada no Cáucaso, fazendo fronteira com o Azerbaijão e a Geórgia, a Armênia é um pequeno país, metade do tamanho da França em termos de área, com uma população menor que a do interior de Paris. É também um país com uma passado complicado. Colonizado pelos romanos, invadido pelos árabes, saqueado e pilhado pelas invasões turcas e mongóis e conquistado em parte pela Rússia, a Armênia foi vítima de um genocídio feito pelos turcos em 1915, em que um milhão e meio de pessoas foram exterminadas. Incorporado depois disso pela URSS, finalmente o país conseguiu sua independência em 1991.
Foi durante o período em que a Armênia ainda era uma das peças de jogo da URSS, e quando a memória dos massacres turcos ainda era uma ferida aberta, que Misha e Knar Aznavourian decidiram deixar o país para buscar um futuro melhor. Para eles, como para a maioria daqueles buscando emigrar para outras partes do mundo, o sonho de uma vida nova tinha um nome: América.
Esse foi o início de uma longa viagem pela Europa para chegar a um dos portos de saída para a Liberdade, em uma cidade cuja embaixada pudesse lhes dar o visto abrindo caminho para o embarque. Foi então ao acaso que Varenagh Aznavourian nasceu em Paris em 22 de maio de 1924, em uma clínica na rue d’Assas, onde uma enfermeira lhe deu o nome de Charles porque não conseguia pronunciar seu primeiro nome. E, como a cota máxima de imigrantes armênios já havia sido atingida, as autoridades americanas nunca deram à família o visto que desejava, e eles ficaram, para melhor ou para pior, na capital francesa, em um hotel mobiliado na rue Monsieur le Prince.
Um dos mais extraordinários artistas da chanson francesa, Charles Aznavour também destacou-se como um dos maiores astros internacionais, conquistando palcos mundo afora com persistente energia e gravando em inúmeras línguas.
Eleito Artista do Século – à frente de Elvis Presley e Bob Dylan – em uma pesquisa feita na Internet pela CNN e revista Time EUA, Aznavour tornou-se conhecido como o brilhante exemplo de um talento universal artístico de determinação inabalável. Ele é apaixonado pelo mundo (mundo esse em que teve que entrar pelas mais difíceis vias enquanto criança) e precisou trilhar um caminho também nada fácil antes de finalmente chegar ao topo, que nunca abandonou desde então.
Mesmo assim, diferente de muitos que às vezes têm bem menor popularidade, Aznavour ainda manteve as qualidades de um grande coração e o entusiasmo que não diminuiu nem com idade nem com o sucesso. E essa é sua verdadeira grandeza, apesar da pequena estatura.
O que eu gosto no Aznavour é aquele "e" final bem marcado, a voz diferente. Aliás, embora possuidor de uma forte coragem, seu físico e sua voz muito especial não eram bem aceitos pela crítica, nem pela imprensa, que não o poupavam de zombaria e escárnio. Mas vá lá entender a cabeça desses merdas que se julgam conhecedor de alguma coisa, né não?
Mas por que fui lembrar de Aznavour agora, meu Deus? Ah sim... porque ele escreveu algo que, nesse exato momento, eu gostaria muito de ter escrito. Ou, quando muito, de ter berrado a plenos pulmões:

Un beau matin, je sais que je m'éveillerai,
Différemment de tous les autres jours,
Et mon coeur délivré enfin de notre amour
Et pourtant.. Et pourtant..

Sans un remords, sans un regret, je partirai
Loin devant moi, sans espoir de retour
Loin des yeux, loin du coeur,
J'oublierai pour toujours
Et ton corps, et tes bras, et ta voix,
Mon amour

Et pourtant..
Pourtant, je n'aime que toi

J'arracherai, sans une larme, sans un cri
Les liens secrets qui déchirent ma peau
Me libérant de toi pour trouver le repos
Et pourtant.. Et pourtant..

Je marcherai vers d'autres cieux, d'autres pays
En oubliant ta cruelle froideur
Les mains pleines d'amour,
J'offrirai au bonheur
Et les jours, et les nuits, et la vie
De mon coeur

Et pourtant..
Pourtant, je n'aime que toi

Il faudra bien que je retrouve ma raison
Mon insouciance, et mes élans de joie
Que je parte à jamais pour échapper à toi
Et pourtant.. Et pourtant..

Dans d'autres bras, quand j'oublierai jusqu'à ton nom
Quand je pourrai repenser l'avenir
Tu deviendras pour moi
Qu'un lointain souvenir
Quand mon mal, et ma peur et mes pleurs
Vont finir

Et pourtant..
Pourtant, je n'aime que toi




O que dói mesmo é saber que existe o tal do "et pourtant"... Meeeeerda!!!!! Oh vida, oh dia, oh azar...


Fuiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii....
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