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24.4.11

Deus feito em casa

(Photo by Ray Bartkus)


O texto a seguir, infelizmente, não foi escrito por mim: o que mata de inveja, confesso. Quando o li, entretanto, pensei: não posso deixar de colocá-lo em meu blog. Ao lê-lo, inclusive, cheguei mesmo a pensar em deixar de ser ateu... Só teria que bolar o nome para a minha religião.

O texto é um passo-a-passo incrível, um manual perfeito para os adeptos do "faça-você-mesmo". Inteligente, hilário e sarcástico, é um texto que merece ser amplamente divulgado. Se, como já observou Aristóteles, "o homem é o único animal que ri", quero me valer dessa característica da minha humanidade. O riso liberta o indivíduo do medo de deuses e demônios. Se o homem tiver a liberdade de rir, o que o impedirá de afrontar a autoridade instituída e, no limite, seus próprios deuses, com o seu riso? Toda religião se fundamenta no temor. Paradoxalmente, o crente ama e teme a divindade; aceita-a e voluntariamente submete-se. Em alguns contextos históricos, o medo chega mesmo a se tornar terror – como escapar de um deus onipresente e onisciente? E se a divindade é a do Antigo Testamento, então poderá parecer colérica e ameaçadora. E, de qualquer forma, seus sacerdotes, os que falam em seu nome, nos lançarão diante do horror que ameaça consumir nosso corpo e alma. Em nome dele, e pelo terror das trevas, surgem os dispostos a fazer cruzadas e combater as heresias, nem que seja preciso consumir no fogo corpos e almas. O temor é, portanto, fundamental, e quem ri tende a não temer.

Gostei do texto, portanto, porque ele me fez dar boas risadas. E isso só me basta!


Clique AQUI para conhecer a fonte original do texto.




Deus feito em casa

Muitas culturas têm um deus. E considerando que todas essas culturas são diferentes entre si, todos esses deuses acabam sendo diferentes entre si também.

Se você quer ter um deus particular (um só seu), não é tão complicado assim. Diga que seu deus existe e mande que os outros provem em contrário. Muito simples, não é? Ah, mas aí é que está! Para se criar um deus, é preciso seguir certas “regrinhas”.

Este artigo mostra como criar seu próprio “Deus Home-Made”. Come with us e que seu deus o acompanhe.

1 – SÓ ELE EXISTE

Bom, pra princípio de conversa, somente o seu deus existe. Ele é único e exclusivo. Você acredita nele e isso é o suficiente para provar tal existência. Quem duvidar que prove o contrário, ora essa! Assim, quem não acreditar em seu deus é ateu. Pouco importa se são judeus, cristãos, muçulmanos, seguidores de deidades pagãs etc. São todos ateus e ponto final!

Ignore os princípios da Lógica. Exija que provem que seu deus é apenas uma piada e que não existe de fato. Não dê a mínima se te disserem que não se pode provar uma inexistência, isso é papo de ateu ignorante. Seu deus existe, é real e o ama de verdade. Os ateus? Ora, seu deus os odeia (assim como você os odeia também) e vai mandá-los pro inferno, para sofrimentos terríveis. Entretanto, sendo você uma pessoa boa e justa, estará orando para que seu deus os perdoe (coisa que você sabe que nunca acontecerá). Você fica parecendo um cara legal, seu deus fica com duas personalidades e todos os que o contrariarem irão pro inferno, tendo medo e se afastarão de você, mostrando o quanto você está certo.

Quer coisa melhor que isso?

2 – SEU DEUS SABE TUDO

Ora, convenhamos, um deus que se preze tem que saber tudo. Senão, para que alguém precisaria dele? Contrate um economista e fim de papo! Mas, você está criando uma religião e não um cargo no Ministério da Fazenda. Assim, seu deus sabe tudo de tudo sobre tudo. Sabe até o que as pessoas não fizeram, mas queriam fazer. E o que é melhor: Disse tudo a você, pois você é o enviado dele (não, não foi um trocadilho com relação à sua opção sexual).

Desse modo, você – oh, Profeta! – também sabe tudo; e não caia na conversa de incrédulos que dizem que suas acusações são infundadas. Seu deus nunca o enganaria, não é mesmo? Condene severamente, amaldiçoe e execre em público todos aqueles que o contrariarem, não esquecendo de orar pela graça do seu deus a essas pobres almas pecadoras (coisa que você não faz a menor questão que aconteça).

3 – SEU DEUS ESTÁ EM TODO LUGAR

Olha só, seu deus tem que estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Se aquele deus lá (o tal daqueles caras largados no deserto, junto com bosta de cabra) era onipresente, por que o seu não seria? Afinal, o seu deus é único e verdadeiro, enquanto que o deles é falso, obviamente. Se o deusinho deles fosse verdadeiro, ele teria se apresentado para você. Ele fez isso? Não, mas o seu deus sim! Em quem você prefere acreditar?

Assim, o seu omniultrapowermegafucker deus pode ver onde estão os pecadores, para ferrá-los depois. Afinal, é estando em todos os lugares que ele sabe de tudo, não é mesmo? E se te perguntarem como ele precisa estar em algum lugar se ele sabe tudo, chame esta pessoa de herética, berre que é blasmacho… quero dizer, blasfêmia. Condene-a ao inferno, jogue algumas maldições sobre a família dela e grite alucinadamente. Nossa legislação ainda está proibindo assassinatos, e este seria o único método de fazê-la parar. Logo, NÃO PARE!!!

Não esqueça de terminar com a frase: Meu deus te ama.

4 – SEU DEUS É BOM

Claro! Afinal, ele é deus. E todo deus é bondoso, certo? Errado! O SEU deus é bondoso! Os deuses dos outros não são porque não existem. Se existissem, não haveria monoteísmo. E você sabe muito bem que seu deus lhe disse que ele era o único deus que existia; e você, como um bom fiel (e poderoso profeta), vai acreditar em tudo o que o senhor seu deus fala, é óbvio!

Entretanto, convém notar que seu deus fica irritado às vezes e pune as pessoas. Isso acontece sim, é verdade, e é tudo por culpa de quem? Dele que as criou? Claro que não, ora bolas! A culpa é de quem não entendeu o que seu deus disse. E se ninguém mais ouviu o que seu deus falou, é porque são pecadores. E nós sabemos que pecadores merecem ir pro inferno.

Pode ser que algumas pessoas inocentes sofram, mas quem garante que bebezinhos não se tornariam pérfidos ateus? Seu deus sabe de tudo, logo ele vai punir o bebezinho logo de uma vez. Esta geração atual já nasce endiabrada mesmo. Vide aquela garota do filme do exorcista. Aquele padre molenga achou que ela era boazinha. Se ela realmente fosse, teriam feito uma continuação do filme? Pense nisso.

No final das contas, seu deus é o cara mais legal que você conhece. O pessoal que sofre, mas dizia acreditar nele, não passam de mentirosos. Somente o verdadeiro fiel tem graças infinitas. Se não tiver, é porque seu deus quer testar a fé deles, mesmo sendo omnisciente. Logo, é necessário que você seja instrumento do seu deus e comece a perseguir e imputar dor e sofrimento a quem o rodeia. Vai que eles são espiões dos falsos deuses? De qualquer forma, a pessoa tem que saber que não é fiel ao seu deus. Mesmo sendo um bebezinho de colo. E você – oh, Profeta! – é aquele que ajudará o seu deus nesta Missão Santa, que não tem nada de impossível. Ou você acha que Tom Cruise faria melhor?

5 – DEUS TE ESCOLHEU

Bom, tomando por base que você criou o deus, é justo supor que você (e ninguém mais) é o mensageiro dele. E é simples de entender.

Você criou um deus. Mas só fez isso porque seu deus existe e lhe disse isso pessoalmente. Você sentiu ele penetrar em… humm… err… bem, ele entrou em você (espiritualmente, é claro) e isso o inspirou divinamente. Seu deus só fala com você e ninguém mais, porque mesmo sendo onipresente, ele sente que precisa de um porta-voz na Terra. E sendo o porta-voz dele, você usa a inspiração para espalhar a Boa Nova. Qual é a Boa Nova? Seu deus existe, ama todo mundo, mas vai destruir todo aquele que pensar em dizer que o profeta dele (no caso, você) é totalmente maluco.

Quem não acreditar, terá a misericórdia do seu deus (enquanto arde no fogo do inferno). Até mesmo o Hank pensa duas vezes de contrariá-lo e Chuck Norris passa batido.

Qualquer mente esclarecida ao mínimo saberá na verdade que você não criou nada. Seu deus é que lhe fez ter esta idéia – esta inspiração divina, digamos assim – pois ele precisava de um mensageiro fiel e um profeta à altura da grandiosidade dele. Logo, o escolhido foi… VOCÊ!! Pouco importa se a descrição do seu deus se pareça contigo. É normal, já que fomos feitos à imagem e semelhança dele, mesmo tendo tantos indivíduos completamente diferentes um dos outros.

Portanto, cabe a você – oh Escolhido – impor… hã, quero dizer… pregar o culto ao deus supremo. Quem vai lhe contestar? Um bando de céticos que não sabem de nada? Condene-os ao inferno e está tudo certo. Teu deus te ouvirá. Afinal, quer maior teste de fé que aceitar você, meu caro Profeta, que seu deus é único e que todos devem fazer o que você manda? Afinal, você é o Escolhido. Mas, evite andar de casacão preto e óculos escuros e jamais – JAMAIS!! – tome qualquer pílula ou comprimido na cor vermelha. Isso é coisa do diabo (daqui a pouco saberemos mais sobre isso).

6 – SEU DEUS FEZ TUDO

Precisava dizer isso? Ora, se o seu deus é único e poderoso, claro que ele fez o Universo há… bem, não importa quando foi, importa? E não acredite em cientistas. Como diz o reverendo Homer Simpson: “Fatos… Bah! Pode-se provar qualquer coisa com eles”.

A parada é a seguinte: Numa hora de ociosidade, seu deus resolveu criar tudo. Muito bem, ele criou. E para quê? Para que nos mundos… digo, neste mundo aparecessem seres que o adorassem. Simples, não? Afinal, se ele é deus, a nossa obrigação é cairmos de joelhos perante ele (e a você também, já que é o emissário); e quem não quiser… bem, é um ateu desgraçado e vai sofrer penas infernais de dar dó.

Mas, como você avisou antes, seu deus não terá pena de ninguém. Mas, tenha certeza: Seu deus ama todo mundo, pois é clemente e misericordioso.

7 – O NOME DO SEU DEUS

Deus, ora bolas! Que outro nome ele precisa ter? Os outros que tenham, já que não passam de demônios mesmo. O único deus que existe é o seu, lembre-se disso.

8 – HISTÓRIAS CÓPIA/COLA

Em qualquer religiãozinha ridícula, vagabunda e mequetrefe que vemos por aí, os deuses (bem chulés também) passam por histórias grandiosas e épicas. Tendo isso em mente, você pode se perguntar: O que meu deus fez de extraordinário?

Bem, meu caro Profeta, a resposta é simples: Tudo aquilo e ainda mais!

Pensa comigo. Seu deus fez tudo de tudo, certo? Os outros deuses não passam de historinhas inventadas (que perdem de 1000 a zero para as do Cebolinha). Seu deus hiper-mega-ultra é muito superior. E se as outras culturas possuem aquelas histórias é porque copiaram das aventuras de seu deus.

Não interessa se você o criou agora, isso não é relevante. Seu deus sempre existiu, isto é fato! E se ele sempre existiu, todos falavam dele, apesar de darem nomes diferentes. Não importa! Seu deus é “O Cara” e todos os pecadores estavam falando dele, quando criaram suas mitologias estúpidas.

Assim, eles apenas tiveram contato com seu deus, mas como porcos pecadores que são, ignoraram o “hômi” e agora estão pagando por isso. Isso significa que todas aquelas histórias foram baseadas em acontecimentos VERÍDICOS ordenados pelo SENHOR seu deus.

E tudo começou com uma chuvarada imensa que alagou tudo inclusive as montanhas mais altas (o fato da água ter aparecido do nada é irrelevante. Seu deus fode pode tudo).

E quem duvidar só pode ser um ateu desgraçado e você sabe melhor do que eu o que acontece com hereges. Afinal, você é o inspirado.

9 – O DIABO

Não existe somente mocinhos bons numa história. Sempre há aqueles que matam, estupram, pilham, saqueiam, mutilam, escravizam, massacram e agem com selvageria extrema em guerras sangrentas e desnecessárias.

Um cético pode lhe interromper neste ponto e dizer que tudo isso fora muitas vezes causadas em nome das religiões. O que você fará? Resposta: Rirá com desdém. Por quê? Ora, Profeta, simplesmente porque não foi o seu deus (o único e verdadeiro deus que existe), mas sim obra do diabo.

O diabo, cramunhão, pé-de-bode, capiroto, bicho-feio, demo e nomes afins retratam a mesma coisa: qualquer pseudodeusinho pé-rapado que não seja o seu deus. Afinal, seu deus é único. Os demais deuses (todos falsos) são contra ele. O diabo é uma figura que se contrapõe ao seu deus, assim: todos aqueles deuses são demônios. Simples!

Aqueles dois céticos chatos de um certo Blog inconveniente podem argumentar dizendo que se seu deus criou tudo, logo criou o diabo também e, assim, é responsável por tudo. E daí? Eles que falem! Eles foram tocados pelo seu deus? Não, mas você foi (espiritualmente, claro). Eles entendem a beleza disso? Claro que não. São alarmistas fantasiosos e, pior de tudo, céticos (arghhhhhhhh).

Assim o que lhe resta? Sacudir a cabeça, insistir que seu deus é bom, o capeta não é, eles estão influenciados pelo maligno e acabarão no inferno. Mas, como você é uma boa pessoa, rezará muito para que eles encontrem a luz do seu deus, amém.

10 – CONTRADIÇÕES

Seguinte. Seu deus precisa dar algumas instruções. Essas instruções (devidamente repassadas por você) podem ser compreendidas ou não. Não é problema seu se tem idiotas no mundo que não compreendem o senhor seu deus. Esses são infiéis e merecem o inferno.

E o fato de haver discrepâncias e contradições, só ressalta o valor espiritual de suas palavras, pois a letra cata e o espírito mexirica. Ou algo similar a isso.

Isso significa que seu deus é sábio e confundiu todo mundo para que ele pudesse saber quem é o verdadeiro fiel. Afinal, ele é omnisciente, mas as pessoas não. E estes precisam ser testados, para que usem seu livre arbítrio e sigam da melhor forma possível tudo o que já tinha sido predestinado pelo seu deus omnibondoso, já que ele mandará quem não fez direito nenhuma de suas instruções lá pras profundezas do inferno.

Isso não é lindo? Ai, Ai…

10.4.11

Fronteira




“Há uma saudade da vida,
porém tão perdida e vaga,
e há a espera, a infinita espera,
a espera quase presença,
da mão de puro mistério,
...que tomará minha mão
e me levará sonhando
para além deste silêncio,
para além desta aflição”

(Trecho do poema "Fronteira", do poeta curitibano Tasso da Silveira, 1895/1968, apresentado no Fantástico de hoje)

9.4.11

"Vivemos esperando dias melhores"

(Autoria da foto: Edmilson Borret - 11/12/2009)


Hoje, sábado (09/04/11), não pretendo fazer absolutamente nada além de vivenciar, enfim, meu profundo luto; algo que para mim se faz necessário até mesmo para recuperar o equilíbrio, para manter o discernimento que o momento exige e para, principalmente, tentar fugir à espetacularização desta tragédia por uma mídia profundamente irresponsável, calhorda, leviana e desrespeitosa.

Em situações de comoção como essa, tendemos a procurar explicações: a dor rejeita palavras de conforto, a dor não anestesiada lateja tentando entender o que, no fundo, não se explica. Nenhuma explicação caberia para esta situação. Não farei, de forma alguma, nenhuma consideração sobre o racismo, sobre os crimes de ódio (os "hate crimes", como dizem os americanos) por conta da misoginia, sobre a demonização do islamismo, sobre o bullying nas escolas, sobre a cultura de violência no ambiente escolar ou sobre o abandono e a desvalorização da educação pública por décadas de total descaso. Esses são, sem dúvida alguma, problemas sérios para os quais devemos buscar continuamente soluções efetivas. Esses problemas, entretanto, não dão conta de explicar o que ocorreu na minha escola no fatídico dia 07 de abril de 2011.

Não cabe agora, tampouco, exigir que as escolas (públicas ou privadas) se transformem em bunkers. Como bem observou o ministro Haddad ontem lá na escola em entrevista coletiva, se as escolas vierem a se transformar no modelo de segurança exigido pela opinião pública insuflada pela mídia, teremos qualquer coisa outra, menos uma escola. Vale lembrar também que a Tasso sempre foi uma escola com um perfil acolhedor, referência na região do modelo inclusivo e da participação da comunidade; e assim pretendemos que ela continue sendo. Ademais, nossa escola conta com, pelo menos, dois dispositivos que a cultura moderna desde George Orwell já vinha preconizando como pressuposto de segurança e controle: a escola possui portões eletrônicos e câmeras na entrada, no pátio e nos corredores. E aí eu pergunto: do que tudo isso adiantou? Escolas americanas, além das câmeras de segurança, têm detectores de metais; nem eles impediram massacres como o que aconteceu há doze anos em Columbine e quinta-feira na minha escola. Até mesmo a Finlândia, país tido como modelo da melhor educação pública do mundo, já vivenciou tragédia semelhante a essa.

Tampouco cabe agora condenar os proselitismos religiosos que surgem na esteira dessa tragédia. Como ateu que sou, não vou de forma alguma aqui condenar as religiões pela lavagem cerebral que algumas denominações costumam fazer nas cabeças de jovens como o Wellington. Embora eu saiba que, se aproveitando da tragédia, surgirão setores da sociedade conservadores e oportunistas afirmando que não temos "deus no coração" e que, por isso, estamos pagando caro: calhordas religiosos infiltrados na política, como o infeliz fundamentalista cristão deputado Marco Feliciano, já afirmaram isso com todas as letras. Surgirão outros do estilo dele e de um Bolsonaro que pregarão uma cartilha de etiquetas cada vez mais retrógadas para nossos adolescentes e exigirão - tudo em nome de deus, da pátria e da família - medidas de segurança máxima em nossas escolas oprimindo ainda mais os adolescentes. Os fantasmas da Educação Moral e Cívica e do Ensino Religioso (confessional ou plural, obrigatório ou opcional) surgirão como a luz no fim do túnel, a esperança única para essa sociedade tão deturpada, segundo a visão dessas pessoas... Não. Não vou me ater a essa discussão. Até porque tudo que poderia falar sobre isso eu já deixei claro em postagens anteriores bem mais bombásticas onde exponho minhas opiniões sobre o tema.

Hoje, com a calma e serenidade que o meu momento de luto me traz, quero apenas falar de esperança, de reconstrução e de otimismo. Como educador e, principalmente, como professor da escola onde a tragédia aconteceu, preciso manter esse estado de espírito otimista e esperançoso para poder acolher nossos alunos quando eles regressarem. Esse meu blog que sempre foi conhecido por sua postura questionadora, escrachada, iconoclasta e zombeteira, hoje muda um pouco o tom.

O jornal Extra, de forma totalmente irresponsável, achou no Youtube um vídeo que criei no final do ano passado em homenagem aos formandos e tentou fazer um pouco mais de sensacionalismo: destacou uma frase dita por um dos formandos no vídeo num contexto totalmente outro e colocou-a como uma forma de vaticínio da tragédia que ocorreu na quinta-feira. Imediatamente (em menos de 48 horas) os acessos ao vídeo subiram de parcos 500 para mais de 40.000 até agora. Curiosamente, o tiro saiu pela culatra para o jornal. Ao invés de suscitar reações de espanto diante da tal "premonição" do aluno e assim corroborar a visão do jornalista (ir)responsável pela matéria, o vídeo só fez aumentarem as mensagens de apoio e solidariedade; além de suscitar nas pessoas os sentimentos de esperança e otimismo dos quais falei acima. A música que utilizei, o poema e o depoimento dos alunos, tudo isso vai servir de material necessário agora à reconstrução do nosso espaço escolar. Os versos que abrem o poema de Oswaldo Montenegro serão doravante quase que nosso lema, quase que nosso projeto político-pedagógico:

"Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio"


Mais adiante no poema, outros dois versos espelham exatamente a atitude que norteará nosso trabalho para recuperar a confiança e a alegria tanto de alunos quanto de professores e funcionários:

"Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba"


É isso. Como diz a música do vídeo, "vivemos esperando dias melhores, dias em que seremos melhores, melhores no amor, melhores na dor, melhores em tudo". No momento, estamos nos esforçando para nos mantermos melhores na dor. Mas chegará o dia em que ela, a dor, estará superada (não apagada nem esquecida, mas superada) e poderemos novamente ser MELHORES EM TUDO...




3.4.11

Fait divers


Tinha a faca e o queijo nas mãos.
Cortou os pulsos
e entupiu as veias de colesterol.

(Edmilson Borret)

1.4.11

Sobre um escroto chamado Jair Bolsonaro


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Ah, já ia me esquecendo...


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Em tempo: E vocês acham mesmo que vou dar mais espaço na mídia pra esse idiota? Tenho mais o que fazer.

Mas para quem quiser um texto bem lúcido, bacana mesmo, sensato e tals sobre esse escroto, sugiro uma postagem de uma blogueira de quem sou fã e que sigo sempre. Na minha opinião, ela já disse tudo que nós (pessoas esclarecidas) gostaríamos de dizer sobre esse fanfarrão. Confiram no Escreva Lola Escreva. Só clicar AQUI.

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