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19.12.09

Eu fumo sim... e estou vivendo.


Hoje, o presidente do TJ-RJ suspendeu a liminar que permitia o fumo em ambientes reservados nos bares, restaurantes, hotéis e similares do Rio. Segundo ele, a liminar “caracterizava grave lesão à ordem pública, refletida na paralisação de importante política pública de proteção da saúde”. Em defesa da decisão do presidente do TJ, o procurador do Estado, Flávio Willeman, disse que a derrubada da liminar contribuiu “para a política do governo que visa a proteger a saúde da sociedade fluminense e, sobretudo, evitar a proliferação do fumo passivo”.

Babaquice! Babaquice! Babaquice! Mil vezes babaquice!!!

Mas peraí! De que ordem pública estamos falando? A mesma que proíbe meu cigarro, mas permite o caos urbano responsável pela liberação de gases tóxicos por carros, ônibus e caminhões nas vias públicas? Ô não-fumante, torça o nariz para o meu cigarrinho, ok? Vire seu rosto para o outro lado. Ah... desculpa! Nem vi que do outro lado havia uma rua apinhada de automóveis... Foi mal, tá?

Política pública de proteção da saúde???!!! Mijei de rir agora... Vivemos realmente na era da hipocrisia! Não fumem, cidadãos! Mas bebam! Bebam o quanto quiserem! Bebam para esquecer que vocês são todos uns otários por acreditarem nas boas intenções de nossas políticas públicas de proteção à saúde! Bebam, porque beber é permitido e até incentivado em propagandas caríssimas nas tv’s e rádios! Bebam, seus otários! Porque cu e miolo mole de bêbado não têm dono.

Evitar a proliferação do fumo passivo??!! E com a proliferação do embotamento cerebral ativo ninguém se preocupa?! O chato do Dráuzio Varella (porque, vamos combinar, todo antitabagista é um chato em potencial), em defesa da lei antitabaco de São Paulo, diz que “os fumantes passivos estão sujeitos a sofrer dos mesmos males que afligem os ativos”. Puta que pariu com batatas! Então tem passivinho aí inalando fumaça que não a mesma que a minha. Porque, em mais de 20 anos de fumo, minha pressão arterial é perfeita (aliás, até meio baixa), minha atividade cardiovascular não apresenta nada de anormal e, mesmo depois de perder quase a totalidade de um dos pulmões por conta de uma tuberculose não diagnosticada a tempo (atentem para o fato de que tuberculose é causada por uma bactéria, ok? nada a ver com o fumo),continuo fumando desbragadamente sem o menor sinal de insuficiência respiratória, cansaço ou algo parecido. Minha mãezinha, que nunca fumou, morreu aos 49 anos de ataque cardíaco fulminante. Minha tia, filha da mesma mãe e do mesmo pai, que fuma desde os 15 anos, ainda está firme e forte do alto de seus mais de 70 anos de vida. Donde concluo, do fundo da minha ignorância e da minha laicicidade no campo da medicina, que esse papo todo de associar o fumo a males pulmonares, sobretudo o câncer, é meio conversa pra boi dormir... O foda é que sofro de insônia crônica!rsrs

Mas, continuando nessa questão do fumante passivo, babaquice isso de proibir o fumo em todos os bares, restaurantes e afins. Bastaria que se estabelecessem bares e restaurantes onde o fumo fosse proibido e outros onde não fosse. Não-fumantes frequentariam os primeiros; fumantes, os segundos. Pronto! Igualdade de direitos para todos! Ou será que essa raça nojenta de fumantes tem mais é que permanecer mesmo sob essa espécie de regime de apartheid anacrônico em pleno século XXI?

Os detratores do fumo ainda saem com pérolas tais como: “O pior é, para quem não fuma, ter que respirar essa fumaça. Se querem fumar, que fumem...longe das pessoas! Não quero respirar essa fumaça que me dá alergia. É falta de respeito! Além de ser muito triste ver as pessoas se matando.” Ah... vão se foder, porra! E se eu for alérgico ao seu perfume vagabundo da Avon? Vou criar uma lei que proíba seu Cashmere Bouquet, seu Unforgetable ou seu Sweet Honesty em bares e restaurantes? Ou pior... E se você nem gostar de usar perfume vagabundo da Avon? E se você nem gostar de tomar banho? Serei obrigado a aguentar sua inhaca de bode nos bares e restaurantes que frequento? E se seu Avon vagabundo e sua inhaca de bode também me causarem problemas respiratórios? E vamos parar com esse papinho babaca de que “é triste ver as pessoas se matando”. Se você não quiser ver (até porque eu não acho que esteja me matando; e, se estiver, é problema meu: foda-se você!), é só não olhar pra mim, porra!

A verdade no fundo de tudo isso é que essa oposição exacerbada ao tabaco baseia-se mais no desgosto das pessoas que circundam os fumantes, do que realmente em motivos de saúde. E isso se deve ao mal desse início de século XXI: o tal do politicamente correto. O mesmo politicamente correto dos ciclistas, por exemplo, que se arvoram estar contribuindo para a salvação do planeta e que parecem pensar que, justamente por conta dessa missão altruística, não precisam obedecer às leis de trânsito. O mesmo politicamente correto dos moralistas de plantão, que veem pedofilia em tudo hoje em dia, mas que exacerbam a sexualidade precoce em seus filhinhos e filhinhas nas festas infantis de aniversário ao incentivarem os mesmos a dançarem o créu, na mais pura demonstração de orgulho paterno: “Olha como ele(a) dança direitinho! Que coisinha mais guti guti!” O mesmo politicamente correto que chama cego de deficiente visual; surdo, de deficiente auditivo; negro, de afro-descendente; mas que, no fundo, está cagando para esses grupos: cotas para eles e interferências na linguagem... já está de bom tamanho, eles que se virem com suas especificidades!

Esse mesmo politicamente correto que, há algumas décadas atrás, transformou todos os não-fumantes em fumantes passivos. E, com isso, condenou os ativos ao fogo eterno da culpa. Mas há uma coisa que poucos sabem e que as campanhas antifumo não dizem. No site da Organização Mundial de Saúde, procure que você achará uma informação que vai abalar seu mundinho de convicções intocáveis. O país de maior longevidade saudável é, por acaso, o terceiro onde o fumo per capita é maior. Que país é esse? O Japão. Saiba que japonês só não fuma quando toma banho de chuveiro.

Não fumo em locais fechados, não fumo em ônibus, nem em elevadores. Respeito seu direito nesses locais (embora você não respeite o meu com seu perfume vagabundo da Avon ou sua inhaca de bode). Portanto, seu babaca não-fumante, vou lutar com unhas e dentes (amarelados pela nicotina) por esse meu direito que, tenho a mais absoluta certeza, não prejudica ninguém senão o narcotráfico, que está à espreita, torcendo para que o cigarro seja cada vez mais banido.
Farei isso nem que tenha que entrar em luta corporal com algum segurança de bar ou restaurante, estabelecimento que será devidamente processado por ameaça ou dano à integridade física do cliente fumante aqui.

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