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9.11.06

In & Out


Aí vieram me perguntar: “por que essa história de blog agora, Ed?”
Ah... sei lá por quê. Porque tá na moda. É isso: porque tá na moda. Pronto! Já tenho a resposta na ponta da língua quando vierem me perguntar de novo. Inclusive, já até postei lá na minha comunidade do Orkut (para aqueles que não sabem, eu tenho uma comunidade... segue abaixo o link) algo nesse sentido:

Canalizarei from this moment on toda minha revolta e insatisfação para o blog que acabei de criar. É, essa história de blog virou moda mesmo... E como não gosto de ficar Out em nada mesmo, resolvi me tornar In: insatisfeito, insensível, intransigente, inergúmeno, inconseqüente e, por que não, inbecil, inpaciente, inprovável e inpossível.
Aos mais sensíveis e susceptíveis aconselho nem passar perto, ok?


Ah sim...
Aumentando a listda do IN: incrédulo, insosso, intragável, insurecto, insano, insone, indecente, insuportável, insolente, insólito, insolúvel...
What else? Quoi encore? O que mais?...hehehehehehehe


Aí, alguém lá da comunidade que criei sugeriu o seguinte:

Ed, que bom que vc tá IN e não OUT.
Já pensou nesse ângulo?
Outra coisa, se vc tá Yin, coloque um pouco de Yang que equilibra!
Beijos desputecidos. Desputece aê!


Não é que eu gostei desse lance do yin e yang? E, de certa forma, essa papo de blog está justamente me ajudando a promover esse tal equilíbrio...

Então, meu outro amiguinho de comu, o arruaceiro do Alysson, disse que essa história de blog não lhe agradava muito. Que era coisa de “barbie”. Aí criou-se uma situação bastante paradoxal. Explico: tá ok, admitamos que é coisa de “barbie”! Então eu estaria fazendo meu “out”, certo? O que poderia significar o caminhar na direção de uma certa feminilidade latente, o despertar da änima, ok? Mas “out” também seria o yang, o exteriorizado, o viril, o fálico. Cheguei a um impasse, amigos... Tirem-me dessa, please! Pois eu decidi que agora quero ser “in” e, portanto, como me sugeriram, yin... É paradoxal ou não? Ah... deixa essa porra pra lá!
Oh Alysson, seu muquirana, quer dizer que é coisa de “barbie”, né? Tão tá intão! Cantarei... Prepare os ouvidos!

Sou a Barbie Girl
Se você quer ser meu namorado
Fica ligado, presta atenção
Na minha condição
É diferente, sou muito exigente


Durma-se com um barulho desse!!!!! Hehehehehehe

A propósito: a comunidade da qual falei chama-se Ame e dê vexame. Para aqueles que estão no Orkut e só clicar aqui: "Ame e dê vexame"

Sexo, drogas e rock’n’roll...oh yeah!!!! A santíssima trindade...


Diálogo travado agora há pouco com uma figura no MSN:

- Bom dia, Ed.
- Fala aí.
- Tudo bem?
- Tudo blz, e vc?
- Blz. Poxa, cara, fui lá ver seu blog.
- Sério? E aí, o que achou?
- É né...
- Como assim “é né”? Gostou ou não gostou?
- Ah sei lá, esperava mais.
- Mais? Como assim?
- Axo que esse blog não vai dar muito ibope naum.
- Porra! E eu lá sou candidato pra dar ibope, meu querido?
- Ah naum sei cara, algo mais emocionante, mais radical, mais chocante.
- Meu querido, se vc quer algo mais chocante, enfia o dedo numa tomada de 220 Volts.
- Hahahahahahaha... só vc Ed.
- É... sou eu.
- Blz... vou lá então, vlw?
- Vlw.
- Nos falamos depois então.
- Ok... vai lá.
- Fuiiiiiiiiiiiiiiii.


E foi mesmo.
Depois tem gente que não entende por que eu quase não apareço no MSN e que, quando o faço, me coloco no status de “Aparecer offline”. Ter que travar um diálogo desses logo de manhã é como uma foda mal dada. O que será que a figura quis dizer com “dar ibope”? Com algo “mais emocionante, radical e chocante”? Parei pra pensar nas várias possibilidades, não sem antes me lembrar dos vários blogs que rolam por aí na net. Tem para todos os gostos. Tem os relatos e diários de putinhas e ex-putinhas, tipo Bruninha Surfistinha e cia. Aliás, o www.putinhas.com.br está invadindo nossas comus e nossos perfis no Orkut. Mas como não sou uma putinha (ainda não atingi esse nível de perfeição), eu poderia inventar umas memórias de ex-michê. Seria legal: nada mais emocionante e chocante, não? Mas aí, eu seria desmascarado no primeiro minuto. Com esse corpinho ridículo que Deus me deu, ninguém ia engolir a lenda. Poderia ser também um blog de um viciado ou ex-viciado, narrando todas as vicissitudes e agruras do mondo canis. Putz! Essas coisas costumam agradar e muito. Parece que quanto mais submundo é a coisa, mais interesse desperta no leitor. Uma forma de catarse, entende? O que dá um ibope legal também são aqueles blogs que pegam o leitor pelo que lhe é mais caro: a piedade. Nesse sentido, proliferam os blogs de pessoas que vivem ou viveram alguma doença bem cabeluda, tipo câncer e Aids.
Genteeeeemmm!!!!! Isso aqui não é um filme do Babenco não, valeu? It’s just a blog! Um blog meio “rebelde sem causa”, mas ainda assim um blog. Não esperem grande coisa. ok?
Bom, mas uma coisa é certa: depois dessa postagem aqui, provavelmente a figura vai ficar puta da vida comigo e não vai mais me procurar no MSN. Quer saber? Foda-se!
Eu hein, Rosa!

Que porra de escola é essa que nos adoece?

Não sei se todos sabem, mas sou um professor de língua portuguesa da rede municipal do Rio de Janeiro. Bom, quando digo "sou" é porque ainda não fui educadamente convidado a me afastar definitivamnete da rede, uma vez que da sala de aula já estou ausente pra mais de 2 anos. É isso aí: sou mais um que engrossa a tão famosa lista de professores licenciados (aqueles, sabem, que muitas vezes são vistos como meros vagabundos que acharam uma maneira de ficar em casa sem fazer nada, mamando nas tetas do governo). Pois é, eu achei uma maneira bem eficaz mesmo: contraí uma tuberculose. Quase morri, é bem verdade, mas pelo menos posso me orgulhar de estar aqui coçando o saco enquanto meus colegas estão lá dando o sangue pelo magistério... Ai ai, como eu fui esperto!
Estava conversando hoje ao telefone com uma colega de profissão e ela me dizia:
- Ed, fica por aí mesmo. Não volta não. A coisa aqui tá feia.
- Como assim, tá feia? Pior do que estava quando entrei de licença?
- Pior, muito pior. Não sabemos onde isso tudo vai parar.
- Caralho! Assim, você até me assusta!
- Que bom! É pra assustar mesmo. Assim você não entra numa de brigar com a Perícia e insistir para voltar. Se eles quiserem te aposentar, aceita. Conselho de amiga...

Desliguei o telefone mais arrasado ainda do que já estava. Já tava puto com uma série de coisas que vêm me acontecendo nos últimos dias, e agora mais essa bela notícia. Então me veio à mente um artigo que li não sei onde sobre o tal do burnout, essa porra desse mal que anda assolando algumas categorias profissionais, sobretudo a dos professores. E então as idéias começaram a fervilhar nessa minha cabecinha de vagabundo, doente e licenciado. Depois do que essa colega me disse, comecei a pensar na fila interminável que tenho que enfrentar toda vez que tenho que ir lá na bendita Perícia do Município: putz! é professor a torto e a direito (sem trocadilhos, ok?). Mas, por que, afinal, tantos de nós adoecemos? na minha costumeira e conhecida prolixidade, tentarei expressar o que eu acho de tudo isso.
Para o senso comum, o conceito de saúde é a ausência da doença.
Mas, afinal o que é a doença? Podemos defini-la como alteração no corpo e na mente, causada por diversos fatores. Existem, é claro, inúmeras causas de doenças, mas, vamos nos reportar a algumas mais comuns da vida moderna e a razão pela qual somos acometidos com tanta freqüência por elas. A saber, as doenças relacionadas à atividade do trabalho, por exemplo: LER, decorrentes dos esforços repetitivos; pneumonia dos trabalhadores das minas de carvão; etc.
Antes de qualquer coisa é preciso gerar um grau de clareza e objetividade, para que o entendimento seja acessível a qualquer pessoa que queira se aplicar em saber um pouco além do que as situações atuais normalmente permitem. Somos todos semelhantes no Físico, todos temos uma Mente como instrumento que permite que a Inteligência enfoque pontos de referência (idéias) no cérebro, mas primordialmente somos uma Consciência que pode ser atuante em qualquer idade. Quando o organismo, como um todo, apresenta um estado de equilíbrio em suas reações químicas e em seus níveis de energia, experimentamos uma sensação agradável que corresponde à perfeita harmonia no funcionamento dos conjuntos de órgãos como Sistemas e Aparelhos. Temos então uma condição que poderíamos denominar de uma experiência de saúde. Se tomamos consciência de situações que provocam emoções conflitantes e que resultam em sensações desagradáveis de desconforto, como tristeza, amargura, medo, incerteza, insegurança e que geram estados de tensão na consciência, experimentamos um desequilíbrio energético que pode ou não evoluir para uma sensação ou sintoma desagradável como uma dor de cabeça, uma gastrite, uma colite, e essa é uma experiência não saudável. O importante é perceber que se a nossa consciência não passa por tensões e se permanece em um estado de equilíbrio que podemos denominar de um estado de paz, seja superficial ou mais profunda, não há desequilíbrio energético nem desequilíbrio nas reações químicas e a experiência de saúde permanece. Inversamente, se tensões na consciência mantém o desequilíbrio, mantém-se os sintomas e estes evoluem para uma doença declarada. Experimentamos então um estado de doença.
Esse início de texto pode parecer para alguns uma digressão meio sem sentido, mas é a partir dessa discussão que deveríamos questionar o quanto as situações conflitantes do magistério (nos níveis municipal, estadual, federal e, por que não, particular) estão contribuindo para esse desequilíbrio que caracteriza a doença.
Vivemos a tensão do dia-a-dia em sala de aula, onde nos deparamos com a falta de condições de um trabalho digno: o despreparo de nossos alunos; a superlotação das turmas; os baixos salários; a insalubridade do ambiente de trabalho; a falta de perspectiva de crescimento devido à ausência de um plano de carreira; o corte de benefícios e conquistas; as leis, decretos e resoluções que nos deixam de mãos atadas, vendo nossos alunos aprenderem cada vez menos em nome de um desempenho virtual e irreal que mascara suas reais deficiências.
Tudo isso nos cala fundo e nos marca justamente lá: na consciência – onde o desequilíbrio se instala e degrada. Mas, para os padrões da nossa Perícia na rede municipal de ensino, ainda não estamos doentes, uma vez que esse desequilíbrio no emocional ainda não evoluiu para os males acima descritos (dor de cabeça, gastrite, colite, etc.). Mais uma vez o senso comum impera: saúde = ausência de doença. E assim nos afundamos e nos atolamos cada vez mais em nossas idiossincrasias na maioria das vezes imperceptíveis mas já irremediavelmente indeléveis.
A pergunta do título deste texto, então, torna-se cada vez mais de fundamental importância: que porra de escola é essa que nos adoece? Que ritmo de trabalho é esse que provoca esse desequilíbrio nas reações químicas de nosso organismo e em seus níveis de energia, comprometendo a perfeita harmonia de seu funcionamento? E isso se quisermos nos ater somente a essa visão subjetiva da doença de que estamos tratando. Porque se partimos para a questão objetiva, aí a coisa piora sensivelmente. Em termos absolutos, podemos citar os males da insalubridade a que o professor está sujeito na sala de aula: os calos nas pregas vocais, os problemas de coluna, as varizes, a má circulação dos membros inferiores, os problemas de visão, além das doenças que muitas vezes nossas crianças trazem para o nosso convívio: as meningites viróticas, as tuberculoses, etc.
Finalizando, quantos de nós, professores, estamos doentes pelo exercício de nossa profissão e ainda não sabemos? Devemos esperar que as várias e prováveis patologias se instalem em nosso organismo para que possamos gritar por socorro? Será que essa nossa profissão tem que significar tal sacrifício e “sacerdócio” a ponto de não reagirmos a essas ameaças, por vezes latentes, mas muitas vezes mais do que evidentes?
Quer saber? É foda!
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