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8.11.06

Língua solta? Eu? Magina !!!!!!!!!!


Pois é. Volta e meia sou acusado dessa coisa aí: a tal da língua solta... Sabem que até já pensei em providenciar um sutiã de língua!!! Será que existe? Se não, alguém há de se compadecer dessa alma perdida aqui e patentear tal invento. A esperança é a última que morre, amigos...
Mas, fala sério! Por que diabos dizem que tenho a porra da língua solta? Quer saber? Cada vez me convenço mais que o problema não é a minha língua solta, mas o ouvido preso de alguns... Aliás, não só o ouvido, mas os sentidos todos; e, algumas vezes, por que não, cu preso também... É isso: tem gente que tem cu preso. Medinho babaca de ouvir o que se nos mostra, o inegável. Susceptibilidade demais me irrita, saca? Obviamente que sei também que "quem fala o que quer, ouve o que não quer". Mas é isso aí: eu tô querendo é mais!!!! Venham para o embate, porra!!!! Mas não entra nessa de dizer que eu falo demais! Ah, me poupe! Tô legal desse papinho mais ou menos.
A propósito, houve algumas pessoas que se sentiram profundamente ofendidas recentemente só porque enviei uma mensagem automática no Orkut para todos os amigos da minha lista. Explico: como eleitor do Lula, eu nunca fui no Orkut de ninguém fazer campanha pra ele ou esculhambar o Alckimin. Mas a galerinha insistia em vir fazer piadinha contra o Lula na minha página, embora eu já tivesse pedido várias vezes que não o fizessem. Pois bem, quando da reeleição do Lula, enviei uma mensagem automática a todos os amigos, expressando todo meu escárnio e minha gutural gargalhada de vingança para aqueles que tinham me enviado as piadinhas. Só que, nessa mensagem, eu deixei bem claro que ela era endereçada a quem de direito, ou seja, aos que não me respeitaram quando lhes foi pedido. Não é que choveram mensagens em resposta, de alguns que se diziam altamente ofendidos pelo que eu enviei, dizendo-se inocentes e nunca tendo enviado as tais piadinhas pra mim... Mas, porra, será que essas pessoas não sabem ler???? Caralho! Eu deixei bem claro que a mensagem destinava-se aos piadistas, e só a eles. Eita povozinho difícil de entender a própria língua... (olha a língua aí de novo)
Doutra feita, me acusaram de frieza e crueldade quando da publicação desse poema aqui... Ai ai ai... Quer saber? Cansei...

O OCASO
“Par délicatesse, j’ai perdu ma vie.”
(Rimbaud)


Num átimo
despenquei do meu olimpo
e vim dar na terra dos rotos
esfarrapados e patéticos...
De besta que sou
acreditei na fagulha
que nos olhos de toda humanidade
me acenava
A desmedida fez de mim
o Prometeu desusadamente tolo
arrogante e néscio
Nesse sem-fim dos meus dias
a corroer-me cérebro e entranhas
Porra! estou farto da bondade alheia...
E cansei-me de mim
Cansei das repetidas
palavras de amizade
dos homens e mulheres de bem
Quero o vendaval
dos sentimentos torpes e imundos
Quero a poeira dos solos
a queimar-me a língua
Quero a podridão da carniça
a invadir-me as narinas
Sou todo os Riobaldos desse mundo
perdido em sua neblina jagunça
nesse sertão sem vereda
- Ai essa Minas me aniquila !
Não me falem
da beleza das relações
Muito menos da promessa de vida
na aurora dos dias
Não me prometam
amizade eterna
Não vertam suas lágrimas
em minha intenção
Deixem-me em paz, oh bonzinhos de merda!
Que eu quero ir
na direção contrária ao engodo
de seus olhos
de escárnio e piedade
Soltem-se as amarras
do meu barco infeliz e louco
Que eu quero partir desse cais
e ir ser menos que eu
no mar revolto
das garrafas de náufragos...
Antes a frieza das geleiras
dos mares do norte...
Antes as tentações
no deserto escaldante
de minha alma...
Antes as pernas abertas das putas
e o canivete oculto dos michês...
A assepsia do sorriso
e das mãos de todos vocês
me enoja
Causam-me ânsias
suas certezas medrosas
suas felicidades fingidas
seus amores de novela das oito
Oh corja vil de perdedores!
Saiam do meu caminho
Desimpeçam minha sarjeta
Não me estendam a mão
Não me dirijam a palavra
Que os esquecerei
com a mesma violência
com que todos vocês outrora,
em seu canto de sirena,
me levaram à perdição.

(Edmilson BORRET - Setembro/2006)

Um comentário:

Anônimo disse...

Esse poema é admiravelmente lindo!!!!! A respeito de sua língua solta, se você não a tivesse, não seria essa pessoa fantástica.
Parabéns pelo excelente blog!

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