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12.11.06

Guerra "das" estrelas - Episódio II: O ataque (de pelanca) dos clones... Muita complexidade dá nisso...


- Pô, mas vc tinha dito que isso, que aquilo, que pererê pão duro... Vc esqueceu?
- Ué, mas vc tb tinha dito que isso, aquilo e aquilo outro. Esqueceu tb?


Pois é, você me disse muita coisa. E eu também te disse muita, mas muita coisa mesmo. E não me arrependo de nada do que disse. Estaria até mesmo disposto a repetir tudo o que eu disse, se eu achasse que você ainda merecesse ouvir. Mas antes que eu seja tachado mais uma vez de hipócrita e que você me mande de novo ir tomar bem profundo naquele lugar, é preciso que te diga: TÔ PULANDO FORA!!!!!!! E coloco isso em letras garrafais, caixa alta e negrito, para que você mesmo leia isso, para que não seja preciso que ninguém vá te chamar para vir aqui ler (se bem que já posso imaginar de antemão o prazer que isso traria ao arauto em questão). É como você mesmo dise: essa porra dessa história toda não nos vai levar a parte alguma. Seus medinhos, suas certezas calcadas em belas fantasias de contos de fadas não te permitirão jamais enxergar o que está na tua cara há muito tempo. Porra, acorda Alice! Isso aqui não é Hollywood não, caralho! É quando muito uma novelinha água com açúcar reprisada no "Vale a pena ver de novo" da Globo. "I swear" é o cacete, baby!!!!!! Quem vive de passado é museu. Amar mais o sentimento amoroso em si do que a pessoa que o despertou não tem nada a ver. Cai na real!!! E depois ainda vem me acusar de ser eu o neurótico que fico criando idéias na minha cabecinha doente... ah, me poupe, tá legal? Então fica assim combinado: você escolheu seu caminho (a família tá até crescendo... hehehe), eu escolhi o meu. O triângulo de dois vétices (onde o terceiro deveria ficar na penumbra) volta a ser uma linha reta: a menor distância entre dois pontos. Isso mesmo, bem retinha, sem desvios, sem sustos, sem surpresas... Vidinha calma, bem pacata, onde todo mundo sabe o que todo mundo sabe, mas prefere se manter por trás de mesagens cifradas, códigos hipócritas e máscaras quotidianas. Eu não. Eu dou a cara a tapa, meu bem. Ainda que isso signifique me foder de verde, amarelo e fúcsia. Sempre fui assim e sempre serei. Você diz que não se auto-censura???!!! Hahahaha... faz-me rir... Mas, de repente, você tem razão: não é auto-censura, você simplesmente deixa que te censurem. O que, a meu ver, é muito mais grave. Nem por todo amor do mundo eu permitiria que me fizessem isso, ah isso não. E o hipócrita sou eu... tsc tsc tsc tsc...
Sim, você reclama e pergunta se eu esqueci as coisas bonitas que eu te disse um dia. Não, eu não esqueci. E só mais por uma vez, vou te refrescar a memória. Eu já te mostrei isso, mas como de repente não houve o terceiro alguém para te chamar a atenção, talvez a coisa tenha te passado meio que despercebida. Presta atenção desta vez, tá?

CLONES EM TODOS OS SENTIDOS
"A lágrima não é só de quem chora."
(Ana Carolina)


Achas mesmo que não sinto
o que arde em teu peito?
Bem sabes que nada tens
que em mim não reconheças
Sou teu espelho que anula a distância
Mares, fronteiras, línguas desaparecem
quando me olhas assim com ternura
E nesse reflexo, objeto e imagem
se anulam e se refazem -
positivo e negativo que se encontram...

Achas mesmo que não escuto
teu grito de dor?
Bem sabes que de meus pulmões
também o lanço na noite
e em uníssono o entoamos...
Somos feitos do mesmo molde
da mesma carpintaria
erguidos do mesmo concreto
torres gêmeas despencadas
no mesmo onze de setembro...

Achas mesmo que não vejo
teus olhos marejarem?
Bem sabes que te permiti
secá-los nos meus
e, assim, molhá-los também.
Sou o eco de tuas palavras
Sou a legenda do teu som
Nesse filme de opostos que dialogam
E o olho dessa câmera
em conexão cotidiana e duradoura
não permitirá a ninguém –
nem a mim, nem a ti, meu amor
mudar o roteiro que escrevemos juntos.

Achas mesmo que não sinto
teu hálito alcoolizado de pranto?
Bem sabes que nos embriagamos
do mesmo copo tantas vezes
Quando na madrugada me chamaste
e a ti corri obediente
És meu vício – I’m addicted to you
Estás nas minhas veias
És minha doença e minha cura.

Achas mesmo que não sinto
o sabor da tua lágrima?
Bem sabes que teus líquidos e humores
me são todos conhecidos.
Tu me desnudas, me invades
me destróis e me recompões
E o amálgama que usas
nos consolida – eis teu ofício!

(Edmilson BORRET – 24 de setembro de 2006)

Um comentário:

Anônimo disse...

Querido Ed,

Passado o susto, a raiva, a dor, ficará um vazio imenso. Vazio do que não foi.

Não tem jeito, amigo. A vida humana é ínfima. Ninguém consegue realizar nem viver tudo ...

A única coisa que resta é saber que algumas coisas não eram mesmo pra nós ... Colisão de rotas independentes.

Segue a vida, meu poeta. Segue louvando aqui ou em outro lugar. Bom mesmo é viver, o resto é acessório.

Parabéns pela iniciativa.

Beijão da amiga,

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